A propósito do 25 de abril…

Foi lançado um desafio aos alunos do 5º E, do 5º F e 5ºD em fazer uma pequena entrevista a um familiar que tenha vivido o 25 de abril de 1974 e foi bem acolhido. Foram sugeridas as seguintes questões:

1 – Que idade tinha a 25 de abril de 1974?

2 – O que fazia nessa altura?

3 – Que lembranças tem desse dia?

 

A avó da Madalena Correia, Mª Alice Dias, tinha 17 anos e trabalhava numa fábrica de sapatos, em Lourosa. Nessa manhã, estavam todos a trabalhar quando souberam que estava a acontecer uma revolução! Foram todos para a rua, sem entender muito bem o que se passava. Só muitas horas depois é que vieram a saber que o regime tinha acabado. Como eram proibidos de falar e de conviver, tornava-se muito difícil entender a situação. Na sua rua vivia um informador da PIDE que denunciava qualquer conversa sobre as críticas ao regime político. Se fossem apanhados, seriam presos e torturados. Como tinha muito medo, não falava com ninguém, apenas ia trabalhar e voltava para casa.

 

O avô da Matilde Pinho, Dionísio Pinho, tinha 32 anos e estava numa obra a fazer serviços de pichelaria. Lembra-se que, inicialmente, ficaram assustados. Depois, perceberam que o país iria iniciar uma democracia e isso deixou-os mais alegres.

 

A avó da Carolina Ferreira, Rosa Coutinho, tinha 11 anos e estava em casa. Lembra-se de ouvir muitos aviões e helicópteros, as pessoas estavam aflitas, sem saber o que se passava. Até que se ouviu dizer que estava a acontecer uma revolução.

 

O avô da Carolina Ferreira, António Coutinho, tinha 10 anos e estava na escola. Teve que ir embora da escola, pois dizia-se que ia haver uma revolução!

 

A avó da Mª Leonor Gomes, Conceição Sousa, tinha 18 anos e trabalhava numa fábrica de confeções. Lembra-se de haver muitas movimentações, entre pessoas comuns e os soldados. As pessoas estavam atentas ao que a rádio dizia e sentiam medo do que pudesse acontecer.

 

A avó da Maria Teixeira, Leopoldina Loureto, tinha 15 anos e estava na escola. As escolas fecharam e teve de ir para casa. O seu pai colocou a bandeira nacional à janela.

 

O bisavô da Anna Rita, Joaquim Alves, tinha 30 anos e trabalhava num armazém de vinhos. Os chefes da empresa foram ter com os funcionários e mandaram-nos para casa, pois não se sabia o que podia acontecer.

 

O avô do Simão Caldas, Artur Sousa, tinha 13 anos. Frequentava a escola e ajudava o seu avô no talho. Quando soube da notícia da revolução, estava a ir para a escola e ficou muito feliz, pois iriam ficar livres do regime do Estado Novo. Nessa altura, as pessoas não tinham o direito de liberdade de expressão e lembra-se que perto de si, vivia um informador da PIDE.

 

O avô do Filipe Mesquita, Manuel Reis, tinha 10 anos e estava na escola. Lembra-se que ficou cheio de medo, porque se dizia que vinha aí uma guerra muito grande e muitos soldados para a combater.

 

O avô da Luana Sabença, David Sabença, tinha 17 anos e era motorista em Gaia. Quando saiu, viu muitos carros do exército e ficou espantado com a situação. Chegou a casa, ligou a televisão e percebeu que se falava de Liberdade. Aí, começou a entender o que se estava a passar.

 

O avô da Matilde Santos, tinha 22 anos e estava em Lisboa, na rua do Carmo. Marchava na tropa e aí ficou até ao 1º de maio.

 

O avô da Matilde Almeida, António Almeida, tinha 7 anos e andava na 1ª classe. Lembra-se que havia muitas pessoas nas ruas, com cravos nas mãos e os soldados com armas e cravos. Vivia no Porto e nesse dia não foi para a escola. O pai foi para a rua e a mãe ficou com ele em casa. Gritavam “ Liberdade” e “ O fim da ditadura”. No final cantaram o hino de Portugal.

A avó da Íris Sousa, Fernanda Silva, tinha 29 anos e era camiseira. O avô estava na guerra em Moçambique. Nesse dia, ela parou de trabalhar, saiu de casa e viu uma enorme multidão que atirava cravos.

 

A avó da Mariana Fonseca, Deolinda Costa, tinha 15 anos e trabalhava numa fábrica de fazer flores em tecido. Estava a trabalhar, quando começou a ouvir as colegas a falarem de uma manifestação em Lisboa. Falava-se de Liberdade e contra o fascismo! No fim do dia, ela estava muito feliz, porque já podia falar sem medos.

 

O avô da Lara Santos, Alberto Rocha, tinha 23 anos e era camionista. Lembra-se que parecia um dia igual aos outros, até que ouviu durante a madrugada a música de Zeca Afonso, “Grândola, Vila Morena” e percebeu que algo de muito diferente estava a acontecer!

 

A avó do Gonçalo Correia, Felicidade Santos, tinha 25 anos e era costureira. Lembra-se do medo que sentiu ao passar a ponte D. Luís, por haver muita polícia armada.

 

A avó do Gabriel Fonseca, Rosalina Pinto, tinha 22 anos e trabalhava numa empresa na Sª da Hora. Tem lembranças desse dia, mas não sabia o que estava a acontecer.

 

A avó do Leandro Carvalho, Prudência Carvalho, tinha 28 anos fazia os trabalhos domésticos e era costureira. O avô, Joaquim Carvalho, tinha 32 anos e trabalhava numa fábrica de moldes. Ambos perceberam, logo de manhã cedo, que foi um dia de grande felicidade e o primeiro dia de Liberdade.

A avó da Caroline Gonçalves, Olinda Pinto, tinha 14 anos e frequentava o liceu Almeida Garrett. Ela foi para a escola, mas não houve aulas. Lembra-se que nos meses seguintes foi tudo muito confuso.

 

A tia da Lara Martins, Lucinda Oliveira, tinha 11 anos e estava na escola. Lembra-se que a irmã trabalhava no Porto, numa fábrica e que nesse dia fechou mais cedo. Ouviu falar que os soldados saíram à rua juntamente com o povo reclamar a Liberdade, cujo símbolo se tornou o cravo vermelho.

 

A avó do Martim Pinto, Maria Soares, tinha 15 anos e era aprendiz de costureira, no Porto. Lembra-se que nesse dia, quando quis regressar a casa, ao chegar à ponte D. Luís, os militares não a deixaram passar e por isso teve que ficar em casa da senhora onde andava a aprender a costurar.

 

O avô da Leonor da Silva,  tinha 22 anos e estava na Bélgica como refugiado de Portugal. Lembra-se que nesse dia  estávamos numa ditadura e passámos a viver  na democracia.

 

O avô da Ariana Vasconcelos,  tinha 12 anos. Nessa altura ele trabalhava num café perto de casa a lavar chávenas. A lembrança que ele tem é que foi para casa porque o café fechou e ele ficou todo feliz.

 

O avô do Diego Caccia,  Antônio Valdir Caccia (65 anos) é brasileiro e sempre morou no Brasil. No dia 25 de Abril de 1974, ele tinha apenas 15 anos e trabalhava como empacotador num supermercado. Infelizmente, ele não se recorda de assistir ou ler qualquer notícia sobre a Revolução em Portugal. Com o passar dos anos, ele estudou e entendeu a importância desta data para os Portugueses.  Lamenta por não se recordar exatamente do fato daquele dia e ano.

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